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terça-feira, 13 de março de 2012

UPDATE... BOM DEMAIS!!! Bauru, o lanche mais famoso do Brasil





12.março.2012 23:00:47

Bauru, o lanche mais famoso do Brasil



Sanduíche foi inventado nos anos 1930 no Ponto Chic; bar comemora 90 anos de fundação com o lançamento de um livro
INFOGRÁFICO: RENATA AGUIAR/ AE

Pouca gente discorda que o bauru seja o sanduíche mais famoso do Brasil. A data de criação do lanche, entretanto, nunca foi um consenso. Até agora. Com o livro Ponto Chic – Um Bar na História de São Paulo (242 páginas, Editora Senac São Paulo, R$ 49.90), o jornalista ítalo-brasileiro Angelo Iacocca pretende encerrar essa discussão: para ele, a célebre invenção do estudante bauruense Casimiro Pinto Neto aconteceu em 1936. "Mais precisamente, em novembro de 1936", frisa Iacocca. "E este é um esclarecimento definitivo do meu livro."

FOTO: DIVULGAÇÃO

O livro será lançado no dia 24, em comemoração aos 90 anos do famoso bar da cidade – inaugurado no Largo do Paiçandu e hoje com unidades paulistanas também em Perdizes e no Paraíso, além de uma em Ribeirão Preto. Para escrever a obra, recheada de curiosidades históricas da boemia paulistana, Iacocca vasculhou, nos últimos anos, documentos históricos e entrevistou dezenas de antigos frequentadores, artistas políticos, jornalistas e escritores.

Com o passar do tempo, a receita do bauru ganhou diversas versões – o livro apresenta algumas dela. A original era apenas pão francês, queijo derretido, rosbife e tomate. A versão atual do sanduíche servido no Ponto Chic também leva pepino – mas o ingrediente só foi acrescentado nos anos 1950.

FOTO: DIVULGAÇÃO

De acordo com as pesquisas de Iacocca (foto acima), a invenção do lanche se deu em meio a um contexto de ebulição política. Pouco antes da implementação do Estado Novo do presidente Getúlio Vargas, os estudantes de Direito do Largo São Francisco se mobilizavam como força de oposição. "E o Ponto Chic era o quartel general deles, onde viravam as noites conspirando contra o governo, discutindo política, bebendo e jogando sinuca", explica.

Entre os estudantes, Casimiro Pinto Neto. "Que gostava tanto de faculdade que ficou uns 10 anos cursando Direito. E nunca exerceu a profissão. Depois se tornou radialista", conta. Conhecido pelo apelido de Bauru, por conta de sua cidade natal, orientou o chapeiro a criar o lanche em uma noite daquelas extensas vigílias estudantis. O sanduíche caiu no gosto popular e acabou batizado com o apelido de Casimiro. "Sem dúvida é o nosso carro-chefe", conta o atual proprietário Antonio Alves de Souza, de 82 anos. "Vendemos cerca de 500 unidades por dia."

Outros pratos. O prato-símbolo de São Paulo foi inventado muito antes do bauru. Trata-se do virado à paulista, que, conforme se calcula, é consumido por 500 mil paulistanos todas as semanas, principalmente às segundas-feiras, nos bares e restaurantes da cidade. A receita mais comum inclui couve, ovo, tutu de feijão, banana e bisteca.

Quando foi inventado, entretanto, o prato era um pouco diferente. Documentado pela primeira vez em 1602, o virado era apenas uma pasta de feijão, farinha de milho e pedaços de toucinho. Foi criado pelos bandeirantes que, em suas viagens, precisavam de um alimento que fosse facilmente transportável e pudesse ser consumido, nos dias seguintes, frio.

Bem mais recentes, também há invencionices paulistanas no campo da gastronomia italiana. Caso das pizzas doces. Atribui-se a A Tal da Pizza a primeira delas, ainda nos anos 1990: de banana.

Outro caso clássico é o do filé a parmegiana. Apesar do sotaque, o filé empanado que vai ao forno com olho de tomate e mussarela não é nada italiano. Tem DNA paulistano – seu "parente" europeu é, na verdade, berinjela assada com queijo parmesão.

O capelette alla romanesca também engana pelo nome. A receita, dos anos 1950, é atribuída ao cozinheiro italiano Giovanni Bruno, quando ainda trabalhava no restaurante paulistano Gigetto. Desde 1983, o prato é estrela do cardápio de seu próprio restaurante, o Il Sogno di Anarello.

Versão ampliada de reportagem publicada originalmente na edição impressa do Estadão, dia 13 de março de 2012



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