COMISSÕES / Constituição e Justiça
24/11/2010 - 14h01
O principal alvo de questionamentos dos senadores na audiência pública desta quarta-feira (24), sobre a compra de 36,5% do controle acionário do Banco Panamericano pela Caixa, foi o fato de as diligências contábeis que antecederam o negócio não terem identificado o rombo de R$ 2,5 bilhões no banco de Silvio Santos. Para o senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA), a Caixa comprou "'gato por lebre', porque operações fraudulentas já existiam e estavam inflando o patrimônio do banco".
Simone Franco / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
- Quem falhou? É preciso encontrar um responsável pelo super valor que a Caixa pagou ao Panamericano. A responsabilidade é grande, porque são milhões de reais e a Caixa é um banco público - afirmou Antonio Carlos Júnior.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) avaliou que a insolvência do Panamericano "tem origem em uma gestão temerária e fraudulenta". Mas, por suspeitar do envolvimento de aspectos políticos nessa compra, indagou: por que a Caixa entrou nesse negócio e porque levou tanto tempo para começar a administrá-lo?
- Como é possível comprar um banco [a operação se iniciou no final de 2008] e só dois anos depois [outubro de 2010] descobrir uma fraude de mais de R$ 2 bilhões? É, no mínimo, um caso de negligência, omissão ou gestão temerária da coisa pública - sentenciou.
As considerações de Alvaro Dias foram endossadas pelo senador Alfredo Cotait (DEM-SP). O parlamentar também se mostrou surpreso com o tempo que a Caixa levou para tomar conhecimento do desfalque nas contas do Panamericano.
Em seguida, o senador Jayme Campos (DEM-MT) questionou a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, sobre o que vem sendo feito para evitar a "sangria" de recursos no Panamericano, diante dos resgates antecipados de investimentos.
Maria Fernanda Coelho assegurou que o Panamericano continua recebendo demanda de crédito e que seria possível implementar, de forma consistente, o plano de negócio já elaborado pela Caixa.
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