18 de abril de 2012 | 22h 29
Brasil deve virar maior consumidor do mundo
Depois de ser por décadas o maior produtor de café do mundo e depender do grão para 40% de suas exportações, o Brasil caminha para se tornar também o maior consumidor. Os EUA lideram o consumo, com 20 milhões de sacas por ano.
Mas o mercado americano está estagnado. E no Brasil a expansão é em média de mais de 4% ao ano. "Nos próximos anos veremos o Brasil virar o maior consumidor mundial", declarou o presidente da Illy, Andrea Illy.
Se o atual ritmo de crescimento continuar, o País ultrapassará os EUA antes de 2014.
No consumo per capita, a expansão do café no Brasil também é importante. Mas o País está ainda distante dos líderes mundiais. Em 2010, os brasileiros consumiram em média 4,8 kg de café per capita no ano. O volume é o maior em 45 anos, segundo o Ministério da Agricultura.
Nos últimos anos, o consumo médio brasileiro já superou o da Itália e da França. O País, porém, ainda está longe dos maiores consumidores per capita: os escandinavos. Na Finlândia, Noruega e Dinamarca, o consumo médio é de 13 kg por ano, mais de mil xícaras por pessoa.
Para o setor, a expansão do café no Brasil não virá mais da ampliação da base de consumidores. Hoje, o produto chega a 95% das residências do País e o segredo em obter maior consumo virá da diferenciação do produto. Essa expansão não se limita ao Brasil, e diversos mercados emergentes vêm registrando crescimento acima da média. Isso explicaria a elevação do preço, que bateu recorde nos últimos meses. "Pela primeira vez na história do café, uma libra (453g) custa mais de US$ 2", disse Illy.
Do lado da produção, o empresário aponta para o fato de que o Brasil conseguiu transformar seu cultivo nos últimos anos e manter sua posição de maior produtor mundial. "O aumento na produção foi de 50%", disse. Mas Illy garante que nem um hectare foi somado ao plantio. "Foi expansão de produtividade, qualidade e sustentabilidade", disse.
Illy conta que, há dez anos, sua empresa comprava uma em dez sacas de café apresentadas pelo Brasil. Hoje, compra sete, o que demonstra que houve uma revolução na qualidade do produto.
Para o futuro, a empresa não esconde: o consumo do café no Brasil caminha para novas fronteiras. A explosão de produtos, aromas e tipos de venda revolucionaram o setor. O resultado é também valor agregado e, para Illy, o ganho de uma parte importante do mercado gourmet.
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