São Paulo recebe delegações e aceita ceder CTs se COL mudar contrato
O São Paulo tenta evitar propagar qualquer esperança de aproveitamento de suas dependências, incluindo o Morumbi, na Copa do Mundo. Mas a troca do desafeto Ricardo Teixeira pelo aliado José Maria Marin nas presidências da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa (COL) já foi suficiente para eliminar a certeza de não participar do Mundial. O clube cogita receber seleções em seus centros de treinamento.
Oficialmente, o Tricolor, antes candidato, se recusou até a negociar a utilização do CT da Barra Funda e do Centro de Formação de Atletas em Cotia na Copa. A alegação era de que o contrato oferecido para ter o aval do COL era 'inaceitável' por dar liberdade à entidade de ordenar qualquer tipo de reforma, e o clube seria obrigado a custeá-la.
O São Paulo, entretanto, recebeu uma nova informação do COL paulista. Agora, membros de federações de outros países primeiro visitarão os centros de treinamento disponíveis para, depois, se discutir com os locais um acordo que agrade a todos. A favor desta política, o Tricolor recebeu ingleses e alemães em março.
Membros da Federação Inglesa de Futebol, entre eles o ex-jogador Gareth Southgate, já realizaram uma visita técnica no CT da Barra Funda na busca por locais em condições de dar hospedagem e treinamento à seleção de seu país em 2014. De acordo com dirigentes do São Paulo, a impressão deixada foi positiva.
Mas o maior entusiasmo está na obra que o presidente Juvenal Juvêncio mais gosta: o CFA de Cotia. Wolfgang Wirthmann e Hans-Jürgen Thien, representantes da Confederação Alemã, estiveram no local e, segundo dirigentes são-paulinos, ficaram 'embasbacados', afirmando não haver mais de dois centros de treinamento melhores no mundo.
Em relação a Cotia, existe uma esperança, ainda não manifestada oficialmente, de receber a seleção brasileira, tamanha a diferença na relação que o clube tem com Marin, ex-jogador e bastante ligado ao Tricolor, na comparação com as declaradas desavenças com Ricardo Teixeira, de quem Juvenal Juvêncio já fala como se estivesse 'morto'.
Outros Estados, porém, também querem abrigar a seleção no Mundial, e ainda existe uma boa possibilidade de o CT Joaquim Grava, do Corinthians, ser escolhido como a casa do time atualmente comandado por Mano Menezes. Por isso, no clube do Morumbi, a ideia é esfriar as expectativas e evitar nova disputa pública com o arquirrival envolvendo a Copa do Mundo – quanto a estádio, o clube alvinegro teve a confirmação da construção do Itaquerão, enquanto o Tricolor se recusou a aceitar as exigências da Fifa para reformar o Morumbi.
Mesmo bastante próximo a Marin, o São Paulo também se recusa a falar abertamente até da probabilidade de o Morumbi ser usado na Copa das Confederações do ano que vem, quando o Itaquerão ainda não deverá estar pronto. Mas dirigentes do clube já contam com a diminuição do poder do desafeto Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa e hoje mal visto também pelo Governo Federal.
São sinais de que o sonho de ver o estádio do Tricolor no Mundial ressuscitou. E, de acordo com o clube, só se realizará de uma forma: que a análise se inverta e a Fifa aceite a reforma que o São Paulo já acertou com a construtora Andrade Gutierrez – segundo promessa do prefeito paulistano Gilberto Kassab a Juvenal, o alvará das obras, último entrave burocrático, será concedido na segunda-feira.
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