Cuba propôs aos Estados Unidos estabelecer um "telefone vermelho" de comunicação direta entre Havana e Washington para tratar das disputas entre os dois países, segundo os documentos secretos revelados pelo site WikiLeaks a vários diários, entre eles o El País. O jornal espanhol assinalou nesta sexta-feira que a proposta foi feita no ano passado por Raúl Castro à secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, através do ministro de Relações Exteriores espanhol, Miguel Ángel Moratinos.
Washington, no entanto, rejeitou a oferta para estabelecer o canal secreto de comunicações, que facilitaria "a direta negociação dos assuntos mais delicados", e indicou que Cuba devia utilizar os canais existentes para avançar nos temas pendentes.
Quando Castro comunicou seu desejo a Moratinos, o ministro espanhol indicou ao líder cubano que o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, e o presidente americano, Barack Obama, "poderiam discutir os detalhes durante a próxima reunião dos dois", segundo um relatório de 18 de dezembro de 2009. Na mensagem, o Escritório de Interesses informa ao Departamento de Estado que "considera valioso" coordenar com o governo de Madri temas de direitos humanos, pois a "Espanha lidera um importante bloco dentro da União Europeia".
Entre o vazamento dos documentos diplomáticos americanos, o El País publica ainda que os EUA modificaram "substancialmente" seu enfoque sobre a velha dissidência cubana, apostando na maior representação social dos jovens blogueiros, artistas e músicos que fazem oposição ao regime.
O vazamento WikiLeaks
No dia 28 de novembro, a organização WikiLeaks divulgou mais de 250 mil documentos secretos enviados de embaixadas americanas ao redor do mundo a Washington. A maior parte dos dados trata de assuntos diplomáticos - o que provocou a reação de diversos países e causou constrangimento ao governo dos Estados Unidos. Alguns documentos externam a posição dos EUA sobre líderes mundiais.
Em outros relatórios, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pede que os representantes atuem como espiões. Durante o ano, o WikiLeaks já havia divulgado outros documentos polêmicos sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque, mas os dados sobre a diplomacia americana provocaram um escândalo maior. O fundador da organização, o australiano Julian Assange, foi preso no dia 7 de dezembro, em Londres, sob acusação emitida pela Suécia de crimes sexuais.
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