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Israelenses X Palestinos
Declarações polêmicas mostram que Israel não está disposto a chegar a acordo
Depois de um ano de incansáveis tentativas de mediar o conflito entre isralenses e palestinos, os Estados Unidos devem enfrentar novos obstáculos em 2011. Declarações polêmicas de ministros de Israel mostram que o país se preocupa com o reconhecimento de um estado palestino e considera que o atual governo da Autoridade Palestina "não é legítimo". Desde a retomada das negociações com a mediação dos EUA, em 2 de setembro, o processo de paz foi paralisado novamente por causa da expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia e também do ceticismo palestino.
"Não me surpreenderia que dentro de um ano o mundo inteiro reconhecesse um estado palestino, inclusive os Estados Unidos. Então nos perguntaremos onde estávamos e o que estávamos fazendo"
Benjamin Ben-Eliezer, ministro de Indústria, Comércio e Trabalho de Israel
O ministro de Indústria, Comércio e Trabalho de Israel, Benjamin Ben-Eliezer, disse neste domingo que teme que todos reconheçam em 2011 o estado palestino, diante da falta de negociações de paz. "Não me surpreenderia que dentro de um ano o mundo inteiro reconhecesse um estado palestino, inclusive os Estados Unidos. Então nos perguntaremos onde estávamos e o que estávamos fazendo", declarou Ben-Eliezer na reunião semanal do Gabinete de Governo.
O ministro assinalou ainda que a retomada das conversas de paz com os palestinos - e paralisadas em seguida - é um "assunto existencial" para Israel e o conjunto do Oriente Médio. "Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para falar com os palestinos, ainda que o preço disso seja uma moratória à construção nos assentamentos judaicos na Cisjordânia de alguns poucos meses", destacou. A questão tem sido um dos principais obstáculos para o avanço das negociações.
Para ilustrar a situação, o ministro citou o recente reconhecimento do estado palestino nas fronteiras prévias à Guerra dos Seis Dias de 1967 por parte de quatro países latino-americanos: Brasil, Argentina, Bolívia e Equador.
Governo "ilegítimo"- Já o ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, foi mais radical e afirmou também neste domingo que não é possível assinar um acordo de paz com o governo palestino porque "ele não é legítimo". "É impossível, para nós, concluir hoje um acordo global com os palestinos. Para ser claro, é preciso compreender bem que o governo deles é ilegítimo", afirmou o ultraconservador durante uma reunião com embaixadores de Israel em Jerusalém.
Lieberman destacou que o partido Fatah do presidente palestino Mahmud Abbas perdeu as eleições gerais de 2006 em benefício dos radicais do Hamas, que tomaram o controle pela força da Faixa de Gaza em junho de 2007. Ele disse ainda que os palestinos rejeitarão qualquer acordo com Israel, por mais generoso que seja, e que há abismos intransponíveis sobre assuntos relativos à segurança do estado hebreu. "Mesmo que a gente oferecesse Tel Aviv aos palestinos e voltássemos às fronteiras de 1947 (antes da criação do Estado de Israel em 1948), eles encontrarão motivos para não assinar um acordo", enfatizou.
Negociações de paz - As primeiras negociações diretas de paz entre israelenses e palestinos em 20 meses foram abertas em 2 de setembro pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. No início de outubro, no entanto, o enviado dos EUA ao Oriente Médio, George Mitchell, concluiu as conversações sem acordo.
(Com agências France-Presse e EFE)
Tags: assentamentos, eua, israel, negociações paz, palestinos.
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