Obama propõe imposto de 30% para os mais ricos
Proposta de Obama, no entanto, aparentemente não terá uma recepção calorosa no Congresso, pois os republicanos acreditam que o imposto é uma forma de luta de classes
WASHINGTON - O presidente dos EUA, Barack Obama, propôs a alteração de uma categoria de impostos do fim dos anos 1960, que dispõe sobre a taxação da camada mais rica da população. Na proposta para o orçamento do ano fiscal 2013, Obama defendeu a cobrança de um imposto de 30% sobre aqueles que ganham mais de US$ 1 milhão por ano. A medida ficou conhecida como "regra Buffett", em uma referência ao megaempresário Warren Buffett, que defende uma tributação maior sobre os mais ricos.
A regra Buffett substituiria o chamado imposto mínimo alternativo (AMT, na sigla em inglês), adotado em 1969, visando os super-ricos que pagavam pouco ou nenhum imposto. Como nunca foi indexado à inflação, o AMT começou a atingir cada vez mais contribuintes da classe média que tinham acumulado muitas deduções e créditos, levando o Congresso a aprovar ajustes temporários.
Mas a proposta de Obama aparentemente não terá uma recepção calorosa no Congresso, pois os republicanos acreditam que o imposto é uma forma de luta de classes. A oposição prefere reduzir o déficit do governo com o corte de gastos, enquanto os democratas defendem o aumento de impostos.
O projeto apresentado hoje pelo presidente também prevê o fim de isenções fiscais adotadas em 2001 e 2003 para famílias que ganham mais de US$ 250 mil por ano e indivíduos que ganham mais de US$ 200 mil por ano. A proposta de Obama limita deduções detalhadas para os contribuintes mais ricos, reduzindo para 28% a alíquota máxima de isenção.
Obama também defende o retorno dos impostos sobre imóveis para os níveis de 2009. Para 2012, a taxa máxima é de 35%, segundo um acordo feito entre o presidente e a oposição.
A proposta orçamentária também visa gestores de fundos de hedge e parceiros de fundos de private-equity, que atualmente pagam uma taxa de 15% sobre ganhos de capital de longo prazo (carried interest), ou a parte dos lucros que um fundo de investimento ou parceria dá aos gestores como compensação. O plano de Obama é taxar esses lucros como renda comum, levantando US$ 13 bilhões ao longo de dez anos. As informações são da Dow Jones.
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