Internacional
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Em meio à escalada dos conflitos na Costa do Marfim, helicópteros das Nações Unidas lançaram quatro mísseis contra as forças do líder Laurent Gbagbo, que se recusa a entregar o poder ao presidente eleito Alassane Ouattara, informou a agência de notícias Reuters.
Hamadoun Touré, porta-voz da Unoci (Missão de paz das Nações Unidas na Costa do Marfim, na sigla em inglês), disse ainda que os helicópteros passaram a atacar a residência e o palácio presidencial de Gbagbo.
"Vimos dois helicópteros MI-24, da Unoci atirarem mísseis contra o campo militar de Akouedo", disseram testemunhas à Reuters.
O campo militar é sede de três batalhões do Exército marfinense.
As notícias do suposto ataque da ONU chegam ao mesmo tempo em que o governo francês autorizou o envio de mais tropas ao país, para ajudarem na missão de paz das Nações Unidas.
Somente nesta segunda-feira o presidente Nicolas Sarkozy enviou mais 150 soldados à cidade de Abidjã, elevando para 1.650 o contingente francês no país africano.
O objetivo seria proteger os cidadãos franceses, que formam uma comunidade de cerca de 12 mil na Costa do Marfim.
GENERAL MUDA DE POSIÇÃO
Mais cedo, o chefe do Exército de Gbagbo, o general Phillippe Mangou, que abandonara o posto, decidiu retornar ao comando militar pró-Gbagbo depois de ter buscado refúgio na Embaixada da África do Sul no país.
Mangou, sua mulher e cinco filhos deixaram a casa do embaixador sul-africano em Abidjã, disse Clayson Monyela, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da África do Sul.
A saída de Mangou foi vista como um grande golpe a Gbagbo. Um de seus assessores, tenente Jean-Marc Tago, disse que ele nunca desertou, apesar de ter buscado refúgio.
Um diplomata da ONU (Organização das Nações Unidas) na Costa do Marfim estima que até 50 mil membros das forças de segurança governistas tenham desertado desde quarta-feira, quando as forças pró-Ouattara chegaram a Abidjã.
FORÇAS DE OUATTARA AVANÇAM
Armados e confiantes, centenas de soldados fiéis a Alassane Ouattara iniciaram uma nova tentativa de remover Laurent Gbagbo de seu reduto em Abidjã nesta segunda-feira.
Um comboio formado por dezenas de veículos com tropas pró-Ouattara armadas com metralhadoras invadiram a principal cidade marfinense pelo norte, no que chamaram de "ataque final".
Tiros e algumas explosões foram ouvidos minutos após eles terem atravessado os limites da cidade.
O comandante das forças pró-Ouattara, Issiaka "Wattao" Ouattara, disse à Reuters que tinha 4.000 homens ao seu lado, e mais 5.000 já posicionados dentro da cidade.
Perguntado quanto tempo ele precisaria para tomar Abidjã, Wattao disse: "Sabemos quando começa, mas pode levar até 48 horas para limpar a cidade."
HISTÓRICO
Poucos dias após a votação de 28 de novembro, a Comissão Eleitoral Independente declarou o opositor Ouattara como vitorioso com 54,1% dos votos válidos, contra 45,9% de Gbagbo.
O resultado foi reconhecido pela ONU, Estados Unidos e União Europeia. No mesmo dia, contudo, Gbagbo apelou ao Conselho Constitucional com alegações de fraude eleitoral. O órgão anulou cerca de 10% dos votos, a maioria em redutos de Ouattara, dando a vitória a Gbagbo com 51%.
Desde então, a comunidade internacional pressiona Gbagbo a deixar o poder e já aplicou as mais diversas sanções --como veto ao visto de viagem aos países da União Europeia e o congelamento dos fundos estatais no Banco Central da União Monetária e Econômica do Oeste Africano. Gbagbo rejeitou todas as propostas, incluindo ofertas de anistia e um confortável exílio no exterior.
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