Blog do Raul Christiano
(http://raul.blog.br/1137/desafios-do-ano-politico/)
Semana passada tivemos o início do ano político com as posses dos deputados federais e senadores eleitos e reeleitos em 2010, no Congresso Nacional. O leitor deste artigo pode me questionar sobre a importância de trazer este assunto, quando o papel dos parlamentares parece restrito às emendas orçamentárias apenas para o próximo ano e os principais analistas julgam que numa legislatura de quatro anos só tem importância os primeiros doze meses. Insisto na relevância deste registro, porque os movimentos políticos ensaiados desde Brasília importam e influem sobre os rumos de nossas próprias vidas.
Hoje há diversas maneiras de acompanhar as movimentações políticas no país, graças às inovações observadas e utilizadas para se conseguir as informações e a própria interatividade na comunicação com os eleitos. Em outros países esses avanços em relação ao uso de tecnologias comunicativas revelam exemplos de mobilização que modificam regimes e consolidam a democracia como os melhor de todos os regimes. No Brasil ainda não aprofundamos o seu uso, até porque muitos brasileiros, decepcionados com a atuação política de nossos representantes nas últimas décadas, rejeitam dedicar maior atenção a esses assuntos com a velha ideia de que os políticos deixam a desejar, nivelando-os por baixo. Ora, se a sociedade insistir nesse comportamento, a política será dominada apenas por aqueles que rejeitamos.
Essa preleção justifica a preocupação com as mudanças institucionais – reformas tributária, previdenciária e política – há muito reclamadas e que devem afetar o desenvolvimento de cada município da federação. Nos últimos tempos verificamos pelo noticiário a grandeza dos benefícios que podem advir da exploração e comercialização do gás e petróleo na Bacia de Santos. Tomo como referência a Baixada Santista, região em que vivo e escrevo estas reflexões, por conta das consequências que terá com os investimentos anunciados em obras de infraestrutura – Porto de Santos, Guarujá e Cubatão, sistemas rodoferroviários e urbanização.
Mas como vai acontecer esse relacionamento com os mandatos parlamentares se a Baixada Santista está resumida numericamente a três deputados federais? Ora, com as instâncias disponíveis e acessíveis aos organismos públicos – prefeituras e câmaras municipais, Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (AGEM), entidades representativas da sociedade civil e o Governo do Estado.
São Paulo conta com 70 deputados federais e três senadores, que devem responder prioritariamente às necessidades do Estado, sem perder de vista que devem atuar todo o tempo para garantir a governabilidade e as principais conquistas de todo o povo brasileiro. A Baixada não é uma ilha nesse contexto e precisa ser olhada como uma área estratégica com o tamanho da sua importância para o desenvolvimento do Brasil. Com essa vocação para contribuir com a produção e para gerar riquezas para o nosso Estado e o país, os novos parlamentares deve respeitar esse potencial e entender a sua natureza.
O ano político que se iniciou dia 2 de fevereiro, com uma mensagem positiva da presidente Dilma Rousseff, tem tudo a ver com a região, independentemente da coloração partidária, porque há uma página a ser virada nessa história aparentemente conformada, como se as próprias projeções que se fazem do seu futuro pudessem acontecer automaticamente. Mas vale refletir. Os interesses regionais não estão distantes de Brasília. Com a presença e a participação maior da sociedade nos mandatos ora iniciados, as respostas virão!
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