Um dos maiores atletas da história do Brasil está oficialmente imortalizado no Hall da Fama do tênis. Neste sábado, durante cerimônia realizada em Newport, nos Estados Unidos, Gustavo Kuerten, de 35 anos, foi introduzido no Hall ao lado dos maiores da história de seu esporte.
Reuters
Antes mesmo de discursar, o catarinense já foi às lágrimas e contou com a presença de sua família na cerimônia. Achei que ia demorar mais para chorar. "Chorei antes do começo! Não sei o que é mais difícil. Chegar até aqui, o Hall da Fama, ou fazer este discurso. Sempre fico com vergonha quando minha mãe fala de mim. Como podem ver, não escrevi nada. Falando, meu inglês já é ruim. Se tivesse que escrever, então, não acabaria hoje", disse Guga.
"Acho que encontrei a maneira certa de me relacionar com o tênis graças às pessoas à minha volta. Minha vida não é só o tênis, mas este esporte está em tudo na minha vida. Minha mãe vendeu carro, piano, tudo para que eu pudesse viajar e jogar. Eu não sabia aonde estava indo, mas estava no caminho certo", completou o brasileiro, durante seu discurso.
Último da cerimônia, que também teve a introdução da norte-americana Jennifer Capriati (medalha de ouro em Barcelona-92 e vencedora de três Grand Slams) e do espanhol Manuel Orantes (campeão do US Open de 1975), Gustavo Kuerten fez questão de lembrar de seu falecido pai. Guga é o segundo brasileiro a ser introduzido no Hall da Fama. Maria Esther Bueno fez parte da classe de 1978.
"O tênis levou meu pai (que morreu em um acidente de carro rumo a um torneio), mas me deu dois outros pais: Larri, meu técnico, e Rafael, meu irmão. O tênis me deu tanta coisa... Pessoas boas, ótimas lembranças. Até as experiências ruins foram valiosas, fizeram eu ser quem sou hoje. Cheguei aqui espontaneamente. Tudo depende de como você vê as coisas. Até as coisas ruins podem ser vistas em cores alegres", afirmou.
"Obrigado por me deixarem entrar. Este dia ficará muito intenso na mina memória. Espero que minha contribuição ao tênis não pare aqui. Espero ir mais longe. A única coisa que o tênis não me deu foi minha esposa, que nunca viu um jogo meu. Mas o tênis me deu boas histórias, que fizeram ela se apaixonar por mim. Até contei que ganhei o US Open, Wimbledon e o Australian Open três vezes e ela acreditou", brincou o brasileiro.
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