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domingo, 30 de outubro de 2011

O império errôneo de Juvenal Juvêncio no São Paulo




O império errôneo de Juvenal Juvêncio no São Paulo

São Paulo - 'Eu sou uma pessoa fácil? Não sou'.

É assim que se autodefiniu o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, que está em seu quarto mandato no clube - a primeira vez foi entre 1988-1990 e, agora, está no cargo desde 2006 - e, a cada dia que passa, consolida-se mais como o 'Imperador' do Morumbi. 

Após estar à frente do Tricolor nos anos de ouro, do tri brasileiro, em 2006, 2007 e 2008, a soberba parece ter tomado conta do manda-chuva, segundo conselheiros ouvidos pelo MARCA BRASIL. Nos últimos anos, ele tem sempre se envolvido em polêmicas, recebe muitas críticas, até mesmo de seus pares, e o resultado é que o time vai afundando e não vence nada há três anos. Tudo isso é reflexo da continuidade no poder, nunca saudável na política e no esporte.

Exemplo de grandes dirigentes e de uma democracia historicamente saudável, o São Paulo tem sofrido nas mãos do 'Imperador' Juvenal Juvêncio. Além de não ser muito adepto a conversar com a imprensa com muita frequência, o presidente do Tricolor faz o que bem entende no Morumbi. Só a palavra dele vale. Para todas as situações. Desde a contratação de um jogador até a demissão de profissionais. 

Em quase cinco anos de mandato, mais coisas negativas que positivas foram feitas. Os títulos nacionais são o grande cartaz de sua autopromoção, mas há muita coisa errada que, pouco a pouco, vai aparecendo.

Antes exaltado por sua organização, o clube passa, dia após dia, a contrariar totalmente esta política. A grande prova é a falta de planejamento desde a saída de Muricy Ramalho, em meados de 2009. De lá para cá, em 28 meses, o time teve nada mais nada menos que cinco treinadores. Ou seja: um técnico a cada cinco meses. Um ufanismo num clube que se considera modelo no País. E, se Juvenal prefere não abrir os olhos para seus erros, seus pares dão sinais de que as coisas não vão bem e que Juvêncio é volúvel. 

"Não podemos nunca perder de vista que o futebol é uma entidade de entretenimento. E tem muitas subjetividades. Não somos uma fábrica de biscoitos, que se define num método de produção. Futebol não é assim. Depende de pessoas, circunstâncias, humores, etc. Então, muitas vezes você tem outras dificuldades que impedem que você chegue aos objetivos", afirmou o vice-presidente de futebol do Tricolor, João Paulo de Jesus Lopes, braço direito do manda-chuva. 

Porém, em meio a um mar de críticas pelos equívocos, ao menos o cartola fez a mea-culpa. 
"Óbvio que os dirigentes também cometem seus erros, não me excluo disso com meus companheiros, mas sempre dentro dessa subjetividade, decorrente da avaliação de seres humanos que muitas vezes fogem do nosso comando."

Como se não bastasse no futebol, Juvenal Juvêncio tem, recentemente, especializado-se em polemizar em outras áreas também. Primeiramente, mudou o estatuto do clube para permanecer no cargo - a alteração, contestada na Justiça por alguns conselheiros, aumentou o mandato de dois para três anos e, por isso, como estava apenas em seu primeiro estágio de três anos, conseguiu se reeleger - e, principalmente, as históricas brigas com a CBF, a Fifa e o Corinthians para receber, no Morumbi, os jogos da Copa de 2014. 

Enquanto isso, o time, que hoje é cobrado e ameaçado de ser totalmente reformulado, ficou em segundo plano, evidenciando a falta de títulos e as constantes mudanças de técnico. 

"As análises não podem ser muito simplistas. Era ótimo e agora não é mais. Tem uma questão não tangível, que faz parte do futebol. Fazemos nossas correções naquilo que conseguimos perceber", destacou o vice de futebol. 

A torcida do São Paulo, de fato, espera que Juvenal Juvêncio e seus 'cardeais' cumpram a promessa de corrigir tudo aquilo que está errado, e muito, nos últimos anos.

Marca Brasil






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