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A Social Intelligence monitora redes sociais para checar o histórico de profissionais em busca de uma vaga
25 de julho de 2011 | 0h 00
Jennifer Preston, The New York Times - O Estado de S.Paulo
Há muito tempo, as empresas vêm utilizando os registros de antecedentes criminais, informações sobre situação de crédito e pesquisas no Google e LinkedIn para investigar o passado de candidatos a um emprego. Agora, algumas estão exigindo que os candidatos também tenham seus antecedentes checados no campo da mídia social.
A Social Intelligence, uma empresa recém-criada, realiza pesquisas na internet para saber tudo o que possíveis contratados possam ter dito ou feito nos últimos sete anos. Em seguida, ela monta um dossiê com exemplos da integridade profissional do candidato, trabalhos voluntários, juntamente com informações negativas que devem atender critérios específicos, como evidências online de observações racistas; referências a drogas; fotos, mensagens de texto ou vídeos de sexo explícito; exibição de armas ou bombas; e atividade violenta identificável.
"Não somos detetives", disse Max Drucker, diretor executivo da companhia, que tem sede em Santa Barbara, Califórnia. "O que reunimos é o que está à disposição do público na internet".
A Comissão Federal do Comércio nos Estados Unidos manifestou preocupação com as atividades da empresa e determinou que a companhia cumpra com as disposições do Fair Credit Reporting Act (lei que trata do serviço de proteção ao crédito), mas esse serviço ainda inquieta os defensores da privacidade, que alertam para o fato de que ele leva os patrões a examinar informações que podem não ser importantes no cumprimento das tarefas do empregado.
Segundo Drucker, o objetivo é investigar os antecedentes de um candidato e com isso ajudar as empresas que são obrigadas a adotar práticas de contratação coerentes e justas, mas protegendo a privacidade dos interessados na vaga.
Restrições. De acordo com Drucker, desses informes não constam dados sobre religião, raça, estado civil, orientação sexual, algum tipo de deficiência e outras informações protegidas pelas leis federais de proteção do emprego, que as empresas também não devem solicitar durante as entrevistas. Além disso, os candidatos precisam, primeiro, consentir com o fornecimento do informe de antecedentes.
Para Marc S. Rotenberg, presidente da Electronic Privacy Information Center, com sede em Washington, diante das complexas regras das condições de serviço da internet em muitos aplicativos e sites, as pessoas nem sempre percebem que os comentários ou conteúdo que geram ficam disponíveis para o público.
"As pessoas são levadas a acreditar que a exposição é mais limitada do que realmente é", disse ele, destacando que as mudanças frequentes que o Facebook realizou nas suas configurações relativas à privacidade podem ter colocado algumas pessoas em situação de risco no momento de procurar um emprego devido às informações pessoais que podem, inadvertidamente, ter se tornado públicas.
"O que o Facebook estava fazendo era pegar as informações pessoais da pessoa colocadas à disposição da família e dos amigos e torná-las acessíveis a futuros empregadores", disse Rotenberg, cuja organização apresentou várias queixas, ainda pendentes, à Comissão Federal do Comércio relativas às configurações de privacidade do Facebook.
/ TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
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